Pablo Pineda, primeiro licenciado europeu com síndrome de Down: “chegou o momento de levar a inclusão de pessoas com deficiência no local de trabalho para o nível seguinte”.
A 3 de Dezembro próximo, será celebrado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, um evento que em 2022 assume um significado especial, uma vez que este ano marca o 40º aniversário da aprovação da então Lei sobre a Integração Social das Pessoas com Deficiência (LISMI), hoje conhecida como o “Dia Internacional das Pessoas com Deficiência”. Lei Geral sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a sua Inclusão Social (doravante referido como LGD). Este regulamento legal reconheceu, pela primeira vez, os direitos laborais das pessoas com deficiência, exigindo que as empresas com mais de 50 empregados incorporem uma percentagem de profissionais com deficiência não inferior a 2%.
Desde então, muitas conquistas foram alcançadas na área da inclusão laboral das pessoas com deficiência, mas há também muitos desafios pela frente. “Se num cenário de crise como o do início dos anos 80 o então LISMI conseguiu o apoio de todas as forças políticas, hoje, 40 anos mais tarde, chegou o momento de ancorar este consenso social e alinhar a visão das administrações públicas, empresas e sociedade no firme propósito de erradicar as crenças anacrónicas que continuam a dificultar a igualdade de oportunidades para as pessoas com deficiência e que se tornam barreiras, por vezes intransponíveis, ao acesso a um emprego estável”, salienta. Francisco Mesonero, Director Geral da Fundação Adecco.
A crise da meia-idade: a campanha de sensibilização que apela à acção
Na véspera do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência e com o apoio de mais de 230 empresas empenhadas, incluindo a Sunsundegui, a Fundação Adecco desenvolveu uma campanha de sensibilização para a sensibilização das pessoas com deficiência. “A crise da meia-idade”, estrelada em Pablo Pineda, primeiro licenciado europeu com síndrome de Down e embaixador da Fundação Adecco e Lola Robles, actriz com deficiência visual. Na campanha, traça-se um paralelo entre a lei da deficiência e a crise bem conhecida que muitas pessoas atravessam quando fazem 40 anos.
“Quando atingimos a idade de 40 anos, fazemos um balanço do que vivemos, questionamo-nos a nível pessoal e estabelecemos para nós próprios novos objectivos e resoluções para o futuro. Queremos levar a cabo este mesmo exercício mas aplicado à lei da deficiência, que também está a celebrar a sua quarta década e a atingir a maturidade. É tempo de celebrarmos o que alcançámos, mas também de sermos autocríticos e de levarmos os regulamentos a um nível mais elevado. Creio que nesta fase é essencial que as empresas compreendam que contratar pessoas com deficiência não é filantropia, mas um compromisso necessário com o talento e a competitividade num ambiente diversificado, no qual trazemos muitos valores e competências, tais como esforço, sacrifício e motivação. sublinha Pablo Pineda.
“A consolidação do quadro legal, juntamente com fenómenos como o maior impulso do sector da deficiência, globalização, digitalização e generalização das redes sociais, criaram um novo cenário em que a deficiência é cada vez mais visível e aceite no imaginário social. No entanto, os desafios que temos pela frente são ainda enormes e este 40º aniversário é uma oportunidade excepcional para os projectar e conceber iniciativas destinadas a conquistá-los“, diz Francisco Mesonero, Director Geral da Fundação Adecco.